quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

CONFIAR? EM QUEM?

PERDEMOS A CONFIANÇA? NÃO CREMOS MAIS EM NINGUÉM? TODOS SÃO SUSPEITOS?


Vivemos numa sociedade onde as decepções são fatos constantes e em muitos casos corriqueiros. Quando nos aproximamos de alguém há aquela velha história de que “meu anjo de guarda não foi com a cara deste sujeito” ou quando ao inverso “rolou aquela química”.
Não raras são às vezes em que nos surpreendemos positiva ou negativamente. Bom é quando nos surpreendemos de forma positiva. Fato é que aprendemos com nossa natureza humana, fazer juízo de outrem por sua face, sua capa. Desta forma somos assim tomados por estas surpresas agradáveis ou na maioria das vezes surpreendentemente negativas e é neste momento que desabamos. Antes julgávamos o individuo por sua fisionomia, sua face. Hoje julgamos o mundo pela atitude de um individuo que outrora confiáramos. Assim seguindo esta linha de raciocínio nos deparamos com outro fato assustador: a cada dia que passa vemos as pessoas negligenciando amor, endurecendo corações por fatos que se tornaram constantes em nosso meio: decepções com os que nos circulam e consequentemente a traição de confiança.
Que pena! Que pena que muitos ainda teimam em usar da boa fé de alguns para “se darem bem na vida.” Roubam além da confiança, a paz, e infelizmente aos poucos vai minando até mesmo a esperança de que se encontre por estes caminhos alguém a quem sejamos capazes de realmente confiar.
Precisamos analisar todos os fatos de acordo com a natureza humana e pecaminosa que temos, entretanto não podemos fazê-lo sem que analisemos também tais fatores pelo lado espiritual.
Infelizmente vivemos numa sociedade onde impera o desejo de ter status, onde todos querem crescer socialmente e profissionalmente. Os verbos ter, ser, querer e crescer permeiam e apenas na primeira pessoa do singular, enquanto isto os verbos, servir, amar, repartir, perderam relevância ou se tornaram obsoletos numa sociedade que tornando-se vai cada dia mais obtusa e boçal,aos poucos vai isolando homens e mulheres num mundinho apenas seu, num mundinho onde todos os outros tornaram-se adversários a serem batidos, derrotados. A ganância em ter mais e mais independente da forma que se conquiste, ganha espaço neste mundo onde somos treinados a crescer, onde somos treinados a entender que podemos tudo, tenho que ser e posso ser melhor que o outro e vamos assim nos degladiando e eliminando todos quanto encontrarmos pelo caminho. Este é o lado humano, esta é a natureza humana.
Por outro lado existe um mundo onde poucos pisam, na verdade, torno-se obsoleto uma vez que o lado material ascendeu-se mais e mais. No mundo espiritual, analisamos tais fatos de forma mais cautelosa quando nos deparamos com tais acontecimentos. Evidente é que nos assustamos, entretanto, uma vez ligados à luz da fé, os decepcionados encontram mais forças para amar e perdoar aqueles que lhos causaram decepções, pois entendem que tudo isto é profético, todos estes acontecimentos estavam previstos. “E por se multiplicar a iniqüidade o amor de muitos se esfriará”. (MT: 24, 12).
Finalmente em meio a estes dois mundos podemos observar um outro, um mundo de homens e mulheres que ainda não tomaram rumo e na expectativa estão por seu momento. Indignados com os fatos ao redor, inconscientemente aguardam sua vez, vitimados ou vitimandos?
Neste mundo de poluição maldosa, fiquemos atentos, pois a qualquer momento podemos ser surpreendidos por atitudes mesquinhas e impensadas. É certo que onde prolifera a maldade, nenhum ser humano está ileso às flechas e fechas que permeiam ao nosso redor.
Somos vitimas dos decepcionados, porém os decepcionandos em suas franquezas também são vitimas de alguém que é adversário de ambos e muitas vezes, muitos deles (decepcionandos) choram a amargura de terem deixado ser seduzidos pelas artimanhas, armadilhas daquele que é o adversário de todos. Usando aqueles que amamos, usando aqueles que confiamos este adversário tira de combate dois grupos jogando-os em dois mundos distintos e criando ainda um terceiro. Um mundo de decepcionados com razão de ser, pois tivera traída sua confiança, um de decepcionados que somente seguiu o instinto em busca do crescer e finalmente um mundo dos que aguardam seu momento e na maioria dos casos alienados a espera do que vem. E como toda ação exige uma reação vai tomando caminhos assustadores, pois todos querem ter razão e todos acreditam estar com ela, quando não eis que surge um novo mundo: um mundo dos envergonhados com suas atitudes, mundo daqueles que se sentem indignos e em muitos dos casos podemos ver o resultado resplandecer em nossa sociedade com reflexo no que chamamos de doença do século: depressão.
Um mundo de desconfiados, um mundo de homens sem confiança de um lado e do outro um mundo de condenados por si mesmos, por suas consciências e certamente sem DEUS, pois embora Este esteja ao lado de ambos é impossível vê-lo, senti-lo quando estamos travando em nós sentimentos que nos levam ao seu desencontro.
Que possamos buscar soluções por nossos atos e que não sejam folhas de palmeiras como fizera Adão (Gen3, 7), mas que possamos nos revertir de algo que não se apaga, solução que é eterna. Que possamos nos revestir com a pele do cordeiro e recebendo perdão estaremos aptos a da-lo, pois em nós estará a alegria de recebê-lo. Amemo-nos, perdoemo-nos e que possamos de cabeça erguida derrotar aquele que é o único vitorioso em toda esta balburdia que por certo ele mesmo criou, ou seja, o inimigo de DEUS e nosso inimigo.
E se não for pedir demais: perdoemos, pois pode ser que a qualquer momento sejamos nós a precisar de perdão.
SHALOM ADONAI YEHOSHUA ALEHEM.

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