quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Vai...Você consegue...Tenho certeza!

 

  Quando éramos crianças costumávamos ouvir pequenas estórias que nossos pais e avós contavam assim como nossos professores. Eu ficava simplesmente fascinado com o desvendar das mesmas e quase chegava ao delírio quando chegava a famosa frase: e foram felizes para sempre. É... Conto de fadas é assim, é muito difícil chegar a um final que não seja feliz.
    Estou adulto, você também, não vivemos mais no mundo das fantasias dos contos de fadas, as coisas, os fatos as histórias agora ganharam nova proporção, agora são realmente histórias, a minha, a tua, a nossa história.Somos agora os personagens desta nova fase desta nova história. Por certo gostaríamos de chegar ao final da história e vê-la como nos contos de fadas: e foram, e fui, e fomos felizes para sempre... Infelizmente não é bem assim! Temos muitos motivos para sorrir, por outro lado não nos faltam motivos para chorar, e você já percebeu  que os motivos de choro marcam mais? Já percebeu que aquilo que nos machuca nos deixa marcas mais profundas e parecem nos acompanhar com mais persistência do que os fatos bons?As coisas "gostosas"podem até nos deixar marcas,mas nem de longe são tão marcantes como as que nos deixam dores.
    A vida é um mar de rosas em certos momentos, em outros um mar de prantos, somos peregrinos a marchar rumo ao desconhecido e nossa caminhada é marcada por estes momentos. Ainda não chegamos ao fim, ainda não alcançamos a meta, ainda estamos em caminhada. Da mesma forma que a natureza precisa de sole chuva, do vento suave e da brisa, do temporal e da chuva branda, nós também precisamos de toda esta sorte de sorte. Não nascemos para sofrer, mas alcançar a felicidade é como alcançar o soldo, o salário ao final do mês, para fazê-lo é preciso todo mês de trabalho. As dores são necessárias para nos fazer crescer, adquirir experiência e auxiliar aqueles que não conseguem superar suas dores.
    Você já descobriu sua meta? Você já sabe qual sua missão ou ao menos sabes que tens uma missão? Lembre-se: não vivemos mais nossos contos de fadas, tudo agora é  muito real, aqui nada somos, embora queiramos ser muito,porém, precisamos analisar um outro fator preponderante para sermos felizes: nascemos nus , desdentados e chorando,hoje temos dentes,estamos vestidos e até sorrimos,portanto tudo que vier é lucro!
     Carinhosamente te abraço deixando meu mais sincero desejo de que tua vida não te seja um fardo, mas um constante desafio em busca da superação, e sobretudo, de alegria mui colossal!

NOSTALGIA!

                     A sandália num pé era havaiana branca, no outro, tio-tio vermelha...
 

    Tempo em que sequer sonhávamos com geladeira... Enquanto num fogão a lenha o fogo nos enchia com sua fumaça  a cozinhar nosso alimento,numa velha prateleira as latas de alumínio  reluziam escondendo dentro de si um amontoado de banhas a conservar nossa escassa carne de porco ou boi.O velho pote d'água também chamado de talha ,ou no filtro de barro que um dia pudemos adquirir guardava nossa água e com era deliciosa!  O valioso passeio com nossos pais ao visitarem nossos amigos que moravam a dois ou três quarteirões de nossa velha moradia.Quanta festa numa saída tão curta,porém nós considerávamos o passeio dos deuses,tamanha era nossa alegria.As brincadeiras de pique, o esconde-esconde,o boutiqué,passar anel,caí no poço ou as cantigas de roda onde se misturavam meninos e meninas e tudo que queríamos era simplesmente brincar,numa liberdade colossal,enfim,as brincadeiras da inocência hoje inexistente!
    Saudade de dona Marlene,professora primeira e mui querida,do vizinho que nos emprestava o açúcar enquanto lho emprestávamos o sal...Saudades da água que era buscada de madrugada enquanto caiamos de sono e este era despertado com a velha lata d'água na cabeça... O tempo passa e a recordação me traz saudades...Nosso primeiro carrinho que um dia foi por papai "construído."Não há mais o carrinho,de nosso pai só resta lembrança,ambos já não existem mais.As coisas simples de meu tempo de criança embora me encham de saudades,são boçais aos dias de hoje.O brincar tornou-se coisa séria e o esconder tornou-se real,a realidade é oculta por um falso ter e ser. Comem-se costelas e arrotam-se filé...As brincadeiras que nos magoavam transformara-se num tal de bulling, e as consequências são funestas, as meninas que outrora eram apenas estudantes na mesma idade hoje são mães.
    Um dia estudamos à luz de vela, lampião, lamparinas...Hoje temos a energia elétrica, as pesquisas antes feitas nos livros hoje é facilmente encontrada na internet e no famoso copie e cola tecnológico, aprendem-se menos e passam de ano com incrível facilidade. Visitar parentes e amigos...Emprestar algo para complementar o almoço são coisas de um passado distante, a simplicidade de criança? Nem no berço! Lembro do meu tempo de escola e sinto vontade de voltar no tempo e ser criança outra vez. Criança da periferia,quando a sandália num pé era havaiana branca, no outro, tio-tio vermelha, e ainda assim éramos felizes.
    Na sala hoje temos a TV, o computador... A energia elétrica substituiu as velhas lamparinas, lampiões e velas. Antes não conhecíamos o famoso e quase ultrapassado orelhão, hoje temos o celular,objeto de extrema necessidade e sem o qual não conseguimos nos imaginar. Trouxeram-nos um mundo de tecnologia e nos ensinaram que não podemos viver sem a mesma... Tenho sim, muita saudade do meu tempo de criança rica de nada, porém não,pobre de tudo. A maior riqueza se perdeu no tempo, ali ficou a lisura, ali jazz o amor ao próximo e a saudade é tudo que restou de quando a miséria não fazia marginal e a educação embora rígida não era boçal.
    Ha! Se pudesse,voltaria no tempo e sorrindo outra vez calçaria num pé havaiana branca e no outro tio-tio vermelha,mas certamente viveria feliz com a simplicidade que outrora me fez criança e me ensinou o caminho  para ser verdadeiramente homem!